sábado, 14 de abril de 2012

A minha paranóia, escrever por escrever.


Hoje apeteceu-me escrever, como nunca me tinha apetecido antes. Falar "de nada em especial" como nunca falei antes. Expressar a falta que sinto de toda a ingenuidade, humildade e sinceridade de um sorriso, de uns olhos enrugados que me transmitem toda a sabedoria de uma vida. 
Oxalá um dia eu possa fazer o mesmo a alguém que sinta falta do mesmo, que oriente alguém que se sinta sem rumo ou sem esperança. Sou uma alma casmurra que nunca quer ouvir o que deve ouvir e se calhar hoje arrependo-me por ser assim, não por ignorar, mas sim por não escutar com atenção - mas sou mesmo assim: sem vergonha e aluada - porque mais que contrarie o argumento "são os outros que te constroem a ti" todos sabemos que a verdade é essa, "diz-me com quem andas e eu dir-te-ei quem és" pelo menos é o que os meus pais sempre disseram. 

Não é que esteja a debruçar-me sobre "más companhias" e todo o resto, apenas assumo que são coisas que influenciam todo o nosso ser, todos os momentos que fazem rir com alguém, discutir com alguém, sonhar com alguém, chorar no ombro de alguém ou só desabafar com alguém. Nunca fui de muitos amigos, - e também não preciso de muitos - bastam-me aqueles "dedos de uma mão" por onde se contam quem está sempre comigo, quem se ri das minhas piadas estúpidas, quem me auxilia se eu precisar de um favor na hora, se eu precisar de falar ou só mesmo de contar como foi o meu dia. Não vou dizer que me fizeram crescer como ambiguidade destas frases que acabei de escrever, mas contribuíram para me tornar o que sou. Mesmo que continue com as criancices de sempre ao menos faço-vos rir se for preciso. 

Não é que me sinta sozinha nem nada disso, mas lá está, como disse no início estou a escrever sem motivo, porque me apetece. 

Não quero escrever para agradecer momentos nem a amigos, mas confesso que são os toques mais sublimes que deixam radiante em saber que há alguém que pergunta por mim, que me avisa que está por perto quando eu precisar, que "quer combinar qualquer coisa" porque não me vê a algum tempo ou que simplesmente me pede desculpa por atrofios com um abraço. 
Sabe bem ser acarinhada, mimada, nem que seja com uma mensagem as tantas da manhã a dizer: "gosto tanto de ti pequenina" ou "fazes-me tanta falta neste momento" e como disse, é bom saber que fazemos falta aos outros como eles nos fazem a nós. - agora sim, digo obrigada. 
Escrever por escrever... 

"O amor que é mais forte, uniu-nos para toda a vida 
(...)escreve-me muitas vezes 
Bem mereço o cuidado de me falares do teu coração. " stk

14/07/11
 

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